Bairro das Letras

Alguma vez vocês já caminharam entre trechos de livros? Alguma vez sonharam em ser parte ou protagonista de uma novela? Se a resposta é sim, conheça o surpreendente Bairro das Letras.

Não tenha pressa, deixe-se levar por parágrafos da literatura impressos numa bela cor dourada. Sinta o Século de Ouro espanhol a cada passo, em cada esquina, em cada parede. Se, assim como eu, percorrê-lo numa manhã de um dia de semana, terá a sorte de medir o pulso cotidiano de um bairro que é muito mais que edifícios.

Modernos comércios, lojas de design, lojas daquelas de “toda a vida”, conventos, palácios, hotéis de luxo, botecos, tabernas, restaurantes, museus, praças, pracetas e uma sucessão de ruas onde Madri nos presenteia com sua história, sua cultura, sua gastronomia e, é claro, suas letras!

Perfeitamente delimitado entre as famosas ruas de Atocha, Carrera de San Jerónimo e Paseo del Prado, e fechando o triângulo quase perfeito, a rua Carretas. Penetrar o Bairro das Letras é submergir na história viva do Século de Ouro espanhol. Às vezes, sentimos sussurrar entre as ruas alguma obra de Lope de Vega ou imaginamos Don Juan Tenorio. Às vezes, escutamos as brigas literárias de Góngora e Quevedo e em outras ocasiões a figura de Cervantes te dá as boas-vindas.

Tem dois lugares que conheço onde se come os melhores petiscos do Bairro das Letras. Um é “La Fábrica” onde servem aperitivos saborosos, a cerveja é cuidada nos mínimos detalhes, e você pode pedir um prato generoso de polvo a um bom preço e ademais polvo galega (de Galícia) de verdade. Se nota no sabor.

Têm um mexilhões muito bons, de Rías Gallegas, o tipo de peixe “bonito” de Costera, Verdel, peixe que devem provar, deliciosas sardinhas defumadas, com certeza o presunto “jamón de bellota” de verdade, queijos muito bons, etc. Está na rua Jesus nº 2. Também na rua Jesús fazendo esquina com a rua Huertas está o “El Diario”, onde há uma variedade de petiscos que tentam o nosso paladar e cada uma para ser degustada.